“Moda e modéstia devem andar de mãos dadas como duas irmãs, porque
ambas as palavras têm a mesma etimologia: elas derivam do latim “modus”,
significando a medida certa, e qualquer desvio em uma direção ou outra é
considerada não reta, não razoável. Mas a modéstia não é algo apartado
da moda. Muitas mulheres, como pobres, tolas criaturas que perdem o
instinto de autopreservação e a idéia de perigo, e então jogam-se em
incêndios e rios, têm esquecido a modéstia cristã por causa da vaidade e
da ambição: caem miseravelmente em perigos que podem significar a morte
de sua pureza. Elas entregam-se à tirania da moda, mesmo que a moda
seja indecente, de forma a não parecer nem mesmo suspeitarem que isso é
inconveniente. Elas perderam o próprio conceito de perigo: elas perderam
o instinto de modéstia. Ajudar essas mulheres infelizes a reconhecer
suas obrigações morais será o seu apostolado, a sua cruzada em todo o
mundo: “Seja a vossa modéstia conhecida de todos os homens”. – Papa Pio
XII
Cheiro de Rosas
Web Rádio Beatitudes
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
E se o sonho de ser mãe demora a acontecer?
Bom dia Salve Maria
Hoje venho trazer o testemunho de uma usuária do Método Billings que assim como muitas estão na espera de um filho, eu retirei esse testemunho da pagina da minha orientadora do Método Billings, Viviane Pastre.
Espero que essa matéria seja edificante a vida de vocês .
A corajosa é a Fabiana Oliveira!!!!
Obrigada Fabiana por permitir eu colocar seu testemunho aqui na nossa página.
Deus a abençoe imensamente você e seu esposo Reginaldo.
Depois de um tempo esperando pela gravidez, o que fazer se ela demorar?
O sonho de ser mãe é incrível! A maternidade não é um simples ato de decidir ter um filho, mas algo que surge primeiro no coração. Depois, é como se o corpo da mulher desse sinais de que ela é capaz de gerar um ser. Mesmo sabendo que essa decisão vai mudar completamente a sua vida, ela sente dentro de si um desejo que aumenta a cada dia.
Ser mãe não é algo mágico, é uma decisão que tem de partir do casal e, depois, da busca pelos meios naturais para que isso aconteça. Assim começa o processo… Mas e se, depois de um tempo esperando pela gravidez, ela não acontecer? O que fazer? Recorrer aos médicos e passar por exames tão dolorosos e estressantes. Tudo para gerar uma vida. Mas essa espera gera um desgaste mental, emocional e até mesmo físico.

A mulher é bem diferente do homem nesse tempo de espera e sofre mais, porque ela sente em seu corpo que não deu certo, e isso para ela é muito mais difícil. Já o homem sente também esse desejo de ser pai, se entristece, mas não deixa transparecer tanto quanto a mulher, pois esta chora, fica triste, deprimida, tem vontade de desistir, pensa e se questiona: “Por que todo mundo menos eu?”, “Quando poderei comemorar o Dia das Mães?”. Mais um ano se passou e até agora nada.
Quando a mulher chega nessa situação, é preciso ter muito cuidado, porque é bem nessa hora que podem surgir as crises conjugais, pelo fato de um querer jogar a culpa no outro. O que era para se tornar um sonho a dois, pode virar um enorme pesadelo e desgastar a relação.
Um dia, conversando com uma amiga, ela me disse que uma mulher havia feito de tudo para engravidar, tinha gastado muito dinheiro em médicos especialistas, mas, um dia, um um desses médicos lhe disse: “Eu posso ajudá-la com todos os meios da medicina para que você engravide, mas o sopro da vida quem dá é Deus, e isso eu não posso lhe dar”. Isso fez com que eu, diante do meu sonho, parasse e começasse a refletir, porque, diante da minha expectativa, dessa espera e ansiedade para ser mãe, eu não enxergava que a minha decisão deveria estar centrada em Deus. A partir daí, busquei os meios naturais da medicina e esperei que a vontade do Senhor se cumprisse em minha vida. Sei que quando queremos algo, isso pode não ser tão simples, ainda mais quando se trata de um sonho. Mas, diante das contrariedades da vida, encarar isso pode ser um processo muito doloroso.
Mês a mês você fica esperando o tão sonhado ‘positivo’ e, de repente, ele não vem. Você tem apenas alguns dias para se recuperar dessa frustração e começar tudo novamente. Essa espera dói, cansa e, às vezes, nos leva a querer desistir.
Levou um bom tempo para eu entender isso, mas comecei a pensar diferente, a ver que a nossa vida está nas mãos de Deus e só Ele sabe o que é melhor para nós. A partir desse momento, percebi que Ele mesmo cuida de tudo e as esperas já não doem tanto. Passei a acreditar que, um dia, vou conseguir.
“É no fogo que o ouro e a prata são provados, e no cadinho da humilhação os homens são agradáveis a Deus. (cf. Eclo 2,5) Essa passagem da Bíblia se encaixa muito bem nessa espera. Como eu já disse, este é um tempo de lutas, mas o mais doloroso ainda são as pessoas que testam a nossa fé com comentários do tipo: “Por que você não vai na clínica tal?”, “Por que você não reza menos? Assim, sobra tempo para ter filhos”. Ainda há aqueles que simplesmente falam: “Você não tem filhos, né? Não pode comemorar isso ou aquilo”. Sem dúvida, comentários assim são como uma lança no coração. Nessas horas, é preciso ter muita fé em Deus para não cair em tentação e deixar que a nossa fé se abale pelo simples fato de ainda não ter alcançado a graça da maternidade.
Tenho meditado nessa frase: “Deus não demora, Ele capricha”. Tenho rezado duas passagens da Bíblia que me ajudam nesse tempo de espera: a história de Ana: “(…) eu sou uma mulher aflita, não bebi nem vinho nem álcool, mas derramo a minha alma na presença do Senhor” (I Sm 1,15); e os versículos 13 e 14 do Salmo 27: “Sei que verei os benefícios do Senhor na terra dos vivos! Espera no Senhor e sê forte! Fortifique-se o teu coração e espera no Senhor”. O importante é esperar em Deus e não desanimar! Essa é a experiência que tenho feito.
Nesse tempo de espera, Deus tem trabalhado muito em mim. Já aprendi que Ele é o Senhor do tempo e que não adianta querer apressar as coisas. “Para que apressar o rio, se ele corre sozinho?” Isso fará com que o sofrimento só aumente. É preciso colocar toda essa expectativa em Deus e deixar que Ele mesmo aja no tempo oportuno.
Fonte original: http://mob.teologiadocorpo.com.br/
Hoje venho trazer o testemunho de uma usuária do Método Billings que assim como muitas estão na espera de um filho, eu retirei esse testemunho da pagina da minha orientadora do Método Billings, Viviane Pastre.
Espero que essa matéria seja edificante a vida de vocês .
A corajosa é a Fabiana Oliveira!!!!
Obrigada Fabiana por permitir eu colocar seu testemunho aqui na nossa página.
Deus a abençoe imensamente você e seu esposo Reginaldo.
Depois de um tempo esperando pela gravidez, o que fazer se ela demorar?
O sonho de ser mãe é incrível! A maternidade não é um simples ato de decidir ter um filho, mas algo que surge primeiro no coração. Depois, é como se o corpo da mulher desse sinais de que ela é capaz de gerar um ser. Mesmo sabendo que essa decisão vai mudar completamente a sua vida, ela sente dentro de si um desejo que aumenta a cada dia.
Ser mãe não é algo mágico, é uma decisão que tem de partir do casal e, depois, da busca pelos meios naturais para que isso aconteça. Assim começa o processo… Mas e se, depois de um tempo esperando pela gravidez, ela não acontecer? O que fazer? Recorrer aos médicos e passar por exames tão dolorosos e estressantes. Tudo para gerar uma vida. Mas essa espera gera um desgaste mental, emocional e até mesmo físico.

A mulher é bem diferente do homem nesse tempo de espera e sofre mais, porque ela sente em seu corpo que não deu certo, e isso para ela é muito mais difícil. Já o homem sente também esse desejo de ser pai, se entristece, mas não deixa transparecer tanto quanto a mulher, pois esta chora, fica triste, deprimida, tem vontade de desistir, pensa e se questiona: “Por que todo mundo menos eu?”, “Quando poderei comemorar o Dia das Mães?”. Mais um ano se passou e até agora nada.
Quando a mulher chega nessa situação, é preciso ter muito cuidado, porque é bem nessa hora que podem surgir as crises conjugais, pelo fato de um querer jogar a culpa no outro. O que era para se tornar um sonho a dois, pode virar um enorme pesadelo e desgastar a relação.
Um dia, conversando com uma amiga, ela me disse que uma mulher havia feito de tudo para engravidar, tinha gastado muito dinheiro em médicos especialistas, mas, um dia, um um desses médicos lhe disse: “Eu posso ajudá-la com todos os meios da medicina para que você engravide, mas o sopro da vida quem dá é Deus, e isso eu não posso lhe dar”. Isso fez com que eu, diante do meu sonho, parasse e começasse a refletir, porque, diante da minha expectativa, dessa espera e ansiedade para ser mãe, eu não enxergava que a minha decisão deveria estar centrada em Deus. A partir daí, busquei os meios naturais da medicina e esperei que a vontade do Senhor se cumprisse em minha vida. Sei que quando queremos algo, isso pode não ser tão simples, ainda mais quando se trata de um sonho. Mas, diante das contrariedades da vida, encarar isso pode ser um processo muito doloroso.
Mês a mês você fica esperando o tão sonhado ‘positivo’ e, de repente, ele não vem. Você tem apenas alguns dias para se recuperar dessa frustração e começar tudo novamente. Essa espera dói, cansa e, às vezes, nos leva a querer desistir.
Levou um bom tempo para eu entender isso, mas comecei a pensar diferente, a ver que a nossa vida está nas mãos de Deus e só Ele sabe o que é melhor para nós. A partir desse momento, percebi que Ele mesmo cuida de tudo e as esperas já não doem tanto. Passei a acreditar que, um dia, vou conseguir.
“É no fogo que o ouro e a prata são provados, e no cadinho da humilhação os homens são agradáveis a Deus. (cf. Eclo 2,5) Essa passagem da Bíblia se encaixa muito bem nessa espera. Como eu já disse, este é um tempo de lutas, mas o mais doloroso ainda são as pessoas que testam a nossa fé com comentários do tipo: “Por que você não vai na clínica tal?”, “Por que você não reza menos? Assim, sobra tempo para ter filhos”. Ainda há aqueles que simplesmente falam: “Você não tem filhos, né? Não pode comemorar isso ou aquilo”. Sem dúvida, comentários assim são como uma lança no coração. Nessas horas, é preciso ter muita fé em Deus para não cair em tentação e deixar que a nossa fé se abale pelo simples fato de ainda não ter alcançado a graça da maternidade.
Tenho meditado nessa frase: “Deus não demora, Ele capricha”. Tenho rezado duas passagens da Bíblia que me ajudam nesse tempo de espera: a história de Ana: “(…) eu sou uma mulher aflita, não bebi nem vinho nem álcool, mas derramo a minha alma na presença do Senhor” (I Sm 1,15); e os versículos 13 e 14 do Salmo 27: “Sei que verei os benefícios do Senhor na terra dos vivos! Espera no Senhor e sê forte! Fortifique-se o teu coração e espera no Senhor”. O importante é esperar em Deus e não desanimar! Essa é a experiência que tenho feito.
Nesse tempo de espera, Deus tem trabalhado muito em mim. Já aprendi que Ele é o Senhor do tempo e que não adianta querer apressar as coisas. “Para que apressar o rio, se ele corre sozinho?” Isso fará com que o sofrimento só aumente. É preciso colocar toda essa expectativa em Deus e deixar que Ele mesmo aja no tempo oportuno.
Fonte original: http://mob.teologiadocorpo.com.br/
sábado, 9 de janeiro de 2016
Para entender bem o dom e o mistério feminino
Reflexões sobre a encíclica “Mulieris Dignitatem – A dignidade e a vocação da mulher”, de João Paulo II
Dentre o excepcional legado do magistério de João Paulo II, Mulieris Dignitatem mais do que uma surpreendente iniciativa trata-se de uma das mais ousadas manifestações de sua atuação como pontífice. Dirigir-se à mulher como um tema não apenas especifico, mas indispensável, foi verdadeiramente avançar na superação daquelas mentalidades geradas e respaldas por interpretações igualmente vazias sobre o dom e o mistério feminino. Deter-se nesse misterioso e sacro universo foi uma tarefa delicada devido ao frágil contexto histórico, mas indiscutivelmente necessária e, na maturidade apostólica de João Paulo II, um êxito incomparável.
Ao longo da história estendeu-se a equivocada expressão e a impressão de tudo relativo ao feminino ser imediatamente sinônimo de frágil e levantaram-se muitas tentativas de provar o contrario ou de corrigir essa “falha de natureza”. São dadas ao desgaste forças que poderiam e deveriam ser aplicadas para aprofundar o que se trata de um misterioso dom, não a ser especulado, mas a ser contemplado. Ao mesmo tempo insiste em nosso meio uma tendência a reduzir o mistério do feminino a aspectos meramente exteriores, quando este valioso dom implica, sobretudo, num mundo interior dotado de riquezas para uma missão bem específica. É necessário enfocar este mundo interior, contemplá-lo, invocá-lo para fora onde desdobrar-se plenamente não se traduz por uma liberação exacerbada, acatando elementos estranhos à sua natureza, mas exatamente em reservar-se para sua missão original de servir à humanidade com as riquezas que configuram o seu mistério pessoal.
Difundiu-se uma visão de inadequado ou defeituoso exatamente a respeito de questões essenciais sobre a missão o mistério pessoal da mulher. Muitos aspectos da sua realização pessoal são vistos como “algo a ser corrigido” e o que lhe é estranho, tem-se forçosamente atrelado quase que à sua natureza. Essa concepção deformada tem minado particularidades bem essenciais ao feminino, a saber, ser receptáculo e transparência de Deus e ainda doadora generosa da sua presença. É muito próprio do seu ser uma missão de presença uma vez que Deus disse “não é bom que o homem esteja só”(Gn1,18). A presença do feminino tem a missão de ocupar espaços com a presença de Deus de uma maneira que só ela sabe expressar porque quis Deus expressar-Se nela de maneira distinta e não menos excelente que no homem. Essa compreensão deveria dissipar a competição viciosa e desnecessária que muito tem nos impedido de amadurecer, servir e nos realizar na distinção dos nossos papéis. Este documento eclesial vem exatamente ao encontro dessa mentalidade não sadia sobre a origem e a valor de cada gênero, repondo o tecido da fundamentação bíblica especialmente sobre a criação e a missão da mulher.
João Paulo II alcança acertadamente esse ponto nevrálgico com a premissa de que o “aprofundamento dos fundamentos antropológicos e teológicos necessários para resolver os problemas relativos ao significado e à dignidade do ser mulher e do ser homem. Trata-se de compreender a razão e as conseqüências da decisão do Criador de fazer existir o ser humano sempre e somente como mulher e como homem. Somente a partir desses fundamentos, que consentem colher em profundidade a dignidade e a vocação da mulher, é possível falar da sua presença ativa na Igreja e na sociedade.”
Ecoa nesse argumento a descoberta experimentada e defendida de Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz), uma santa mulher que influenciou nossos tempos que, tendo amado a Verdade e, em Deus captado o ethos feminino, por experiência escreveu: “Todo o nosso ser e o nosso vir a ser e atuar no tempo é disposto desde a eternidade e tem um sentido para a eternidade e só se torna claro para nós na medida em que nos colocamos sob a luz da eternidade.” Não é qualquer essência o íntimo da mulher. É uma riqueza que lhe foi concedida e que só pode ser conservada mediante uma profunda e estreita relação com seu Autor, e esta verdade está imutavelmente fixada na sua experiência . É o Criador que deseja expressar-se e atuar no dom do feminino que Dele apartado, reduz-se à superficialidades inconsistentes. É Deus na mulher sua beleza. É o Belo que torna o feminino o motivo da exclamação estupefata do homem: “Esta sim!” (Gn1,23). O que pode ser belo e admirado fora do Belo e Admirável? Nossos acessórios? Nossas etiquetas? O nosso “não essencial”? Ser mulher não se resume à acertada combinação entre vestes e maquiagens, ultrapassa imensamente o longo que nos alcança o calcanhar e excede mesmo os ricos detalhes dos acessórios que ornam nossa aparência mais exterior.
É com a sua essência original que a mulher influencia e serve à humanidade. É transparecendo o Autor da sua vocação que ela pode e deve influenciar qualquer que seja o contexto que lhe cabe atuar, sem necessariamente atuar em tudo, embora seja capaz. Importa mais ser no que lhe cabe do que atuar superficialmente no que não lhe compete, não por impotência, mas por estar potencialmente reservada à outros desígnios, à outras prioridades. Todo o ser da mulher é para o serviço. Aquilo que não obedece ao que lhe é específico por chamado de Deus, tende a atrofiar e comprometer séria e gravemente sua plenitude e realização pessoal.
João Paulo II relembra a dignidade essencial da mulher no plano de Deus, recordando seu papel fundamental exatamente no mistério da Salvação, evento no qual toda a humanidade foi devolvida à Sua intimidade. A mulher tem papel de religar a Deus sua criatura desencontrada e o faz mediante ativa cooperação no mistério da encarnação e todo o seu desenrolar. Recordava o Santo Padre nessa ocasião o papel perfeito de Maria no resgate desse plano original a respeito da mulher afirmando que a mesma “se encontra no coração desse evento salvifico” e isso revela sua altíssima dignidade: “a plenitude dos tempos manifesta a extraordinária dignidade da mulher” .
O entendimento de que reinar tem por sinônimo imediato uma vida de serviço realça a verdadeira essência feminina e o seu papel, “significa ao mesmo tempo, a plenitude da perfeição daquilo que é característico da mulher, daquilo que é feminino” . A caridade fraterna como um prelúdio da vida trinitária também marca fortemente a mulher e sua missão, um vez que obedece aos vínculos de comunhão que lá se perpetuam. O ethos humano é communio, mas especialmente o feminino está configurada a este vértice do mandamento do amor.
O polemico tema da submissão da mulher ao gênero masculino também encontra nesse documento sua autentica interpretação, esclarecendo que a mulher não sucumbe ao domínio do homem quando realiza sua legitima feminilidade, mas que imitando o masculino, prescindindo de seus traços próprios, sucumbe a uma dominação do próprio complexo: “a mulher – em nome da libertação do domínio do homem – não pode tender a apropriação das características masculinas, contra a sua própria originalidade feminina. Existe o temor fundado de que por este caminho a mulher não se realizará, mas poderia, ao invés, deformar e perder aquilo que constitui a sua riqueza essencial” .
Poderíamos dizer que o ápice do documento está na apresentação da relação de Jesus com as mulheres, “o modo de agir de Cristo, o Evangelho de suas obras é um protesto coerente contra tudo quanto ofende a dignidade da mulher. Por isso, as mulheres que se encontram perto de Cristo reconhecem-se na verdade que Ele ensina e que Ele faz, também quando essa verdade versa sobre a ‘pecaminosidade’ delas. Sentem-se libertadas por esta verdade, restituídas a si mesmas, sentem-se amadas por amor eterno, por um amor que encontra direta expressão no próprio Cristo” . O respeito, a confirmação e mesmo a predileção são fortemente destacadas nessa verdadeira lectio divina do ethos feminino em Mulieris Dignitatem. Evidentemente essa postura de Cristo causou polemica, espanto e até mesmo a rejeição dos seus muitos interlocutores e seguidores, e “o principio desse ethos, que desde o inicio foi inscrito na realidade da criação, é agora confirmado por Cristo contra a tradição, que comportava a discriminação da mulher” .
Dentre muitos outros, um ponto indiscutível na magnitude da sua ousada apresentação nesse documento é certamente a missão de humanizar inscrita na missão feminina, a qual sua realização está profundamente ligada: “a força moral da mulher, a sua força espiritual une-se à consciência de que Deus lhe confia de uma maneira especial o homem, o ser humano. Naturalmente, Deus confia todo homem a todos e a cada um. Todavia este ato de confiar refere-se de modo especial à mulher – precisamente pelo fato de sua feminilidade – e isso decide particularmente a sua vocação. (…) A mulher é forte pela consciência dessa missão” . O dom do feminino é, sobretudo, a expressão de um Deus incansável em atrair para Si sua criatura amada. É para Deus que deve levar o mistério da mulher e jamais para si mesma. Sua missão de expressar a Presença com a sua presença deve sanar as ausências que as nossas fracas predileções causaram.
É Deus que deseja servir mais uma vez à sua criatura no dom da mulher que, servindo à humanidade com o seu essencial, provoca mudanças, favorecendo que a ordem e a beleza se instalem ao longo dessa mesma história que ainda está aprendendo a lidar com o seu mistério. Exatamente por essa indiscutível propriedade, a Igreja e a humanidade inteira se rendem a esse particular modo de Deus se revelar às suas criaturas e “agradece todas as manifestações do ‘gênio’ feminino surgidas no curso da história, no meio de todos os povos e Nações; agradece todos os carismas que o Espírito Santo concede às mulheres na história do Povo de Deus, todas as vitórias que deve à fé, à esperança e caridade das mesmas: agradece todos os frutos de santidade feminina” e a mulher retoma seu insubstituível posto na salvação do gênero humano.
Artigo originalmente publicado na Revista Shalom Maná
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Cheiro de rosas
Sejam Bem Vindos Amados!
Não haveria melhor titulo para iniciar esse blog do que esse... Cheiro de Rosas, cheiro de Santidade, Cheiro de Maria ...

Se existe cheiro de rosas, Maria ai está...
Por que sentimos o perfume de rosas quando Nossa Senhora em seu infinito amor se aproxima de nós?
Nossa Senhora possuía um carisma chamado Osmogenesia , É o carisma de exalar perfume, um perfume quase sempre de flores, de rosas, é o cheiro da Santidade de Nossa Senhora.
Muitos Santos também possuíam esse carisma,São Padre Pio, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santa Rita de Cássia e muitos outros, eles exalavam a santidade que havia dentro deles.
“Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo” (2 Coríntios 2, 15)
E Nossa Senhora transbordava Santidade, dizer seu sim a Deus sabendo das consequências, foi um ato de muita coragem e muita fidelidade ao querer de Deus na vida dela.
Nossa Senhora por nenhum minuto pensou nas metas e planos que ela tinha para a vida dela,ela simplesmente quis o que Deus queria para a vida dela.
E sempre exalando esse perfume de rosas,essa santidade infinita pois foi Obediente até o fim, não hesitou nenhum minuto, por medo das consequências que seu sim causaria a ela.
Ter essa devoção a Maria Santíssima é estar em comunhão com a igreja.
Vejamos um texto sobre Mariologia do
Mons. Ângelo Comastri Vigário-Geral
do Santo Padre
para
o Estado da Cidade do VaticanoAS ORIGENS DA DEVOÇÃO MARIANA
Quando começou a
devoção mariana? A pergunta é legítima. E a resposta é imediata e segura: a
devoção a Maria começou com o próprio cristianismo. Observemos os factos.
Entremos na pequena
Casa de Nazaré, a casa das nossas origens e das nossas primeiras memórias. Eis
o que encontramos: o Anjo Gabriel mandado por Deus, aparece a Maria e diz-lhe: «Salve,
ó cheia de graça, o Senhor
está contigo!» (Lc
1, 28).
Com estas palavras
que vêm do Céu começa a devoção mariana. Quem pode negar a evidência deste
facto? E quando Maria, única guardiã do anúncio do Anjo, se apresenta a Isabel
depois da longa viagem da Galileia até à Judeia, acontece outro fato singular.
Isabel ouve a saudação de Maria e percebe que o menino «salta» de alegria no
seio, enquanto um frémito do Espírito Santo a atravessa e lhe sugere palavras
de rara beleza e de surpreendente compromisso.
Ei-las: «Bendita és tu
entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz
de ti que acreditaste, porque se vai
cumprir tudo o que foi dito da parte do Senhor» (Lc 1, 42-45). É a segunda expressão
de devoção mariana registada no Evangelho.
Não se diga então – como
às vezes acontece – que a devoção mariana nasceu depois de muitos séculos, por
uma espécie de entusiasmo mariano da Igreja Católica. Não, isto não é verdade!
A devoção a Maria está registada no Evangelho e nasceu com o Evangelho. Depois,
se seguirmos os passos de Maria maravilhados, podemos recolher pessoalmente
outras flores fresquíssimas de devoção à Mãe de Deus.
Vamos até à narração
do Natal. O Evangelho de Lucas refere: “Quando os anjos se afastaram deles em direcção ao Céu, os pastores disseram uns
aos outros: «Vamos a Belém ver o que aconteceu e o que o Senhor
nos deu a conhecer». Foram
apressadamente e encontraram
Maria, José e o menino deitado na manjedoura» (Lc 2, 15-16).
Pensais que os
pastores, após se terem ajoelhado diante do Menino, não tenham lançado a seguir
um olhar à Mãe e não tenham sussurrado alguma palavra? Não é legítimo pensar
que os pastores tenham exclamado: «Feliz és tu, Mãe deste Menino!»? Era uma
expressão de devoção mariana.
Passemos ao
evangelista Mateus, que narra a chegada dos Magos em Belém e usa estas palavras
textuais: «E a estrela que tinham visto no Oriente ia
diante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a
estrela, sentiram imensa alegria; e,
entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe.
Prostrando-se, adoraram-no» (Mt
2, 9-11).
Podemos, sem muito
esforço, imaginar a grande emoção dos Magos, os quais, após uma longa e aventurosa
viagem, tiveram a alegria de ver o Menino... tão esperado e desejado! Porém,
não nos afastamos da verdade dos fatos, se imaginarmos também que os Magos,
depois da adoração do Menino, tenham olhado para Maria e lhe tenham dirigido
palavras de admiração: também esta é devoção mariana... percebida nas
entrelinhas do Evangelho!
Prossigamos o nosso
caminho... e cheguemos às bodas de Caná. Conhecemos toda a encantadora história
da festa das bodas, na qual Maria intervém ao mesmo tempo com delicadeza e
decisão para salvar a alegria dos noivos. Os servos, que conheciam o exato
suceder-se dos fatos, certamente aproximaram-se de Maria e disseram: «Jesus
escutou-te! Fala-lhe de nós e pede uma bênção para as nossas famílias!». Também
estas eram autênticas flores de devoção mariana.
E os noivos não
retomariam com Maria o discurso das bodas e da água transformada em vinho?
Certamente teriam dito a Maria: «Obrigado! A tua intervenção salvou a nossa
festa. Continua a orar por nós!».
Assim começa a
devoção mariana. E continua nos séculos sem interrupção. Limito-me a dois
testemunhos.
A Basílica da
Anunciação em Nazaré teve origem com o abatimento de uma construção levantada
pelos franciscanos em 1700. O Pe. Bellarmino Bagatti (1905-1990), um dos
maiores arqueólogos bíblicos do século XX, «aproveitou» a demolição para
reconstruir a história arquitectónica do lugar de culto. Antes de mais, pôde
estabelecer que não era verdadeiro (como muitos defendiam) que naquele lugar
houvesse túmulos romanos e que, portanto, pudessem surgir – por motivo de pureza
– habitações hebraicas. Com efeito, descobriu-se que não havia sepulcros mas,
ao contrário, traços muito evidentes de casas de gente do lugar. De qualquer
modo, ficou confirmado que o edifício do século XVIII – como já se sabia – foi
erigido sobre uma igreja bizantina. Mas, nisto, houve uma maravilhosa surpresa:
sob a igreja bizantina descobriram-se os restos de um lugar de culto da
primitiva comunidade judaico-cristã. Eis o fato extraordinário: sobre a grande
base rebocada de uma coluna, utilizada para sustentar o texto da
igreja-sinagoga, encontrou-se a inscrição, em caracteres gregos XE MAPIA,
abreviatura de K(àir)e Maria, que significa: «Alegra-te, Maria!».
É a mais antiga
invocação a Nossa Senhora, encontrada na mesma casa onde Ela viveu. Numa coluna,
um peregrino tinha deixado outro sinal da sua passagem, um grafito devocional
em língua grega, que rezava assim: «Neste santo lugar de Maria escrevi». Noutro
pilar, uma palavra em arménio antigo: «Virgem bela».
Como vedes, a devoção
mariana desabrocha no Evangelho e do Evangelho: na própria Nazaré!
Mas há mais. Em 1917,
no Egipto, a John Rylands Library de Manchester (Inglaterra) – talvez a
biblioteca mais rica de códigos do Novo Testamento – comprou um lote de papiros
provenientes, com bastante probabilidade, do Baixo Egipto. Um deles, com dez
linhas de texto em grego, mutilado na margem direita e com uma rasgadura no
alto à esquerda (com dimensões de cerca de 14 centímetros
por 9,5) foi publicado somente vinte anos depois, em 1938. Praticamente, reconhece-se
com unanimidade hoje que aquele texto não pode ser datado além do terceiro
século: a data mais provável é por volta do ano 250. Encontramo-nos, pois, perante
a mais antiga oração mariana testemunhada por um papiro.
A fim de mostrar a
importância daquelas antiquíssimas palavras, damos uma tradução delas, que foi
possível realizar, integrando o texto onde estava mutilado, graças à liturgia
da Igreja copta que, no mesmo Egipto de onde provém o texto, continuou a ser
utilizado no seu culto, sem interrupção ou qualquer variação.
Eis O texto: «Sob a
tua misericórdia nos refugiamos, ó Mãe de Deus [Theotòlae]: as nossas orações não desprezes nas desgraças, mas do perigo livra (nos): tu a
única pura e a [única] bendita».
Pois bem, antes de
1938, excluía-se um culto «oficial» da Virgem Maria anterior ao primeiro
Concílio ecuménico, o de Niceia, realizado no ano 325. Depois, quanto ao termo Theotókos
(Mãe de Deus), os especialistas negavam que pudesse ter sido utilizado
antes da célebre definição do Concílio de Éfeso, em 431. E, pelo contrário, eis
que o humilde pedaço de papiro egípcio desloca em quase dois séculos para trás
a data de Éfeso, que era citada como se fosse um termo peremptório.
A verdade histórica
é: Maria, a partir das palavras empenhadas pronunciadas pelo Anjo Gabriel, foi
imediatamente olhada com admiração. E logo a sua intercessão foi invocada por
motivo do seu particular vínculo com Cristo: o vínculo da maternidade!
Portanto, quando
recorrermos a Maria para a invocar com filial confiança, não nos encontraremos
fora do Evangelho, mas totalmente dentro dele. Que Nossa Senhora Interceda por nós
Salve Maria!
(Andressa Carla - Escrava de Maria)
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